Motores movidos a eletricidade reduzem até 90% das emissões de gases poluentes, mas dependem da evolução das baterias
Companhias de aviação começam a buscar opções mais limpas para cruzar o céu em comparação com as aeronaves atuais, que consomem milhares de litros de gasolina em apenas um voo.
Um Airbus A330-200, com quase 300 passageiros a bordo, em um trecho entre São Paulo e Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo, queima em seus motores 45 mil litros de combustível.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), cerca de 2,5% das emissões de gás carbônico na atmosfera vem da aviação civil.
Segundo publicação do MIT Technology Review, um avião movido a bateria recarregada com fontes de energia renovável produz 90% a menos emissões do que as aeronaves que usam combustível fóssil, como o querosene de aviação.
A opção por modelos elétricos, no entanto, não é uma alternativa viável de transporte aéreo mais “verde” neste momento.
O fator impactante para isso é que as baterias atuais não têm a densidade de energia necessária para alimentar as turbinas e hélices de grandes aviões por muito tempo. O futuro depende do aprimoramento dessa tecnologia.
Mesmo assim, já há empresas no mercado trabalhando para que passageiros embarquem em aviões 100% elétricos até o final desta década.
A Heart Aerospace promete entregar o primeiro modelo elétrico certificado para voos comerciais em 2026. O ES-19 tem capacidade para transportar até 19 pessoas em um trajeto de até 400 Km. A startup promete cortar em 75% os custos com combustível e em 50% os gastos com manutenção.
A Wright Spirit vai além e planeja voos de uma hora levando até 100 passageiros. Entre as possíveis rotas estão Lisboa – Madrid; Nova York-Boston; São Paulo-Rio de Janeiro e Tokyo- Osaka.
Apesar das projeções das empresas do ramo, especialistas são céticos e freiam a empolgação em relação a essa nova modalidade de voos.
Uma aeronave com o motor de combustão precisa ter uma capacidade extra de combustível para permanecer no ar por até trinta minutos além do que está programado no plano de voo. A margem de segurança é uma exigência caso a aterrissagem não seja autorizada e o piloto precise buscar uma pista alternativa que pode estar a até 100 Km de distância.
Essa condição pode ampliar ainda mais o prazo para que as viagens de avião deixem de emitir tantos gases poluentes e passem a ser mais ecológicas. Pelo menos por enquanto, as pessoas continuarão usando as tradicionais aeronaves para trajetos mais longos.