Emissora desligará o microfone de cada candidato quando terminar o tempo de resposta estipulado; segundo debate está programado para 10 de setembro, dois meses antes do pleito
O presidente democrata Joe Biden e seu antecessor republicano Donald Trump, se enfrentam nesta quinta-feira (27) no primeiro debate das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, após meses de ataques verbais. Milhões de americanos assistirão o evento, que começará às 21h locais (22h de Brasília) na Geórgia, um dos estados mais disputados das eleições.
Segundo pesquisa desta semana, Trump tem 46% das intenções de voto, dez pontos percentuais à frente do rival. O pleito acontece em 5 de novembro.
Normas rígidas
O debate terá dois moderadores, os jornalistas da CNN Jake Tapper e Dana Bash, e seguirá normas rigorosas. Em uma tentativa de evitar a cacofonia do primeiro debate de 2020, durante o qual Biden e Trump passaram uma hora e meia gritando e interrompendo as falas do outro, a emissora desligará o microfone de cada candidato quando terminar o tempo de resposta estipulado. Além disso, o programa não terá plateia, nem teleprompter, o dispositivo que exibe textos aos apresentadores de televisão e políticos em seus discursos, o que permite a leitura sem tirar os olhos da câmera. Biden, o presidente mais velho da história do país, passou dias reunido com assessores para se preparar para o debate. Ele deseja tranquilizar o país, mais preocupado com a sua evidente fragilidade física do que com o estado de saúde de seu adversário, que é apenas três anos mais jovem.
“Na mídia, muitos já estão dispostos a entregar um troféu a Joe Biden se ele conseguir permanecer de pé durante 90 minutos”, disse Jason Miller, assessor da campanha republicana. O ex-presidente insinuou que o rival será “dopado” antes do debate. Trump deseja explicar em Atlanta, capital da Geórgia, os seus planos para controlar a inflação, garantir a segurança na fronteira com o México e acabar com as guerras no mundo, disse Miller.
As eleições apresentam duas visões radicalmente opostas dos Estados Unidos, que abordam principalmente o poder aquisitivo e a migração. Neste sentido, Biden tenta estabelecer uma distância da retórica de seu rival, que acusa os migrantes, muitos deles latino-americanos, de “envenenar o sangue” do país. O debate desta quinta-feira será excepcional em todos os sentidos. Os americanos nunca tiveram que decidir entre candidatos de tanta idade.
As eleições têm outro candidato: o independente Robert Kennedy Jr., que denuncia a sua exclusão do debate. O sobrinho do presidente assassinado John Fitzgerald Kennedy, com reduzidas possibilidades de vitória, organizará um evento nesta quinta-feira em Los Angeles (Califórnia), que será exibido ao vivo na rede social “X” (antigo Twitter). Um segundo debate está programado para 10 de setembro, dois meses antes das eleições.