Bombeiros franceses continuam combate a incêndios à espera de chuvas

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As autoridades alertaram que é prematuro dizer que o fogo está sob controle

Os bombeiros continuam a combater vários incêndios na França neste sábado (13), especialmente no sudoeste, à espera de tempestades e chuvas que porão fim à onda de calor que atinge grande parte da Europa.

Em Portugal, o incêndio no parque natural da Serra da Estrela, que queimou 17.000 hectares, foi declarado “controlado”.

No sudoeste da França, a linha de fogo de 40 quilômetros nos departamentos de Gironde e Landes, perto de Bordeaux, “não avançou significativamente. Bombeiros estão trabalhando em seu perímetro”, disse a polícia em comunicado.

As autoridades alertaram que é prematuro dizer que o fogo está sob controle. “Continuamos vigiando” porque “embora não possamos ver grandes chamas, o fogo continua queimando a vegetação e o solo”, disse à AFP o tenente-coronel Arnaud Mendousseporta-voz dos bombeiros de Gironde

O serviço meteorológico prevê tempestades e chuva à noite. O impacto sobre os incêndios é difícil de prever, pois em vez de extinguir as chamas, pode atiçá-los se acompanhadas de ventos fortes, disseram a Météo-France e os bombeiros. 

No domingo (14), as tempestades vão se espalhar para a maior parte da França e acabar com a atual onda de calor no país, uma consequência direta, segundo cientistas, da crise climática.

Neste 2022, já queimaram três vezes mais hectares na França do que a média anual dos últimos dez anos.

O incêndio perto de Bordeaux começou em julho, o mês mais seco na França desde 1961, e destruiu 14.000 hectares, além de obrigar milhares de pessoas a deixar temporariamente suas casas. 

As autoridades suspeitam que o último ressurgimento do incêndio perto de Bordeaux pode ter sido criminoso. As chamas queimaram cerca de 7.400 hectares de pinheiros esta semana.

Entrada em florestas proibida

Os avanços contra o incêndio no sudoeste da França permitiram a reabertura da rodovia que liga Bordeaux e Espanha, após um trecho de 20 quilômetros ter ficado fechado desde quarta-feira. 

Dada a magnitude dos incêndios, a França pediu apoio dos bombeiros de países da União Europeia, como Alemanha, Polônia, Áustria e Romênia, que somaram mais de 360 agentes aos mil colegas franceses em terra, além de aviões-tanque.

“Aqui somos todos voluntários. Somos treinados e queremos ajudar”, disse Tone Neuhalfel, bombeiro alemão de 36 anos. 

Os incêndios também ocorrem na região do Jura, no leste do país, uma área desacostumada a altas temperaturas onde o fogo destruiu 600 hectares de floresta. 

Mais a leste, no departamento de Bas-Rhin, perto da fronteira alemã, a polícia francesa impedia carros, ciclistas, caçadores e pescadores de entrar na maioria das florestas. Somente moradores podem passar.

“É uma medida extrema em uma situação excepcional”, disse Pierre Grandadam, presidente da associação das comunas florestais da região da Alsácia. 

Na Bretanha (noroeste), a mítica floresta de Brocéliande, local de referência na lenda do Rei Arthur e do mago Merlin, perdeu 400 hectares devido ao fogo, que neste sábado (13) “não avançava mais”, segundo a prefeitura. 

Em muitas áreas do país, os tradicionais fogos de artifício de 15 de agosto, por ocasião da festa católica da Assunção da Virgem, foram proibidos para evitar riscos.

Incêndio controlado em Portugal

Em Portugal, que vive este ano uma seca sem precedentes, o incêndio no parque natural da Serra da Estrela, no centro do país, foi declarado “controlado” na noite de sexta-feira para sábado depois de queimar 17 mil hectares, informou a Defesa Civil.

Declarado há uma semana, o fogo está “controlado”, disse o comandante Miguel Cruz à rádio TSF.

“A noite foi calma, mas ainda temos muito trabalho a fazer” para evitar que os focos sejam reavivados, explicou, já que a previsão do vento para este sábado “é a principal preocupação” dos bombeiros.

Este incêndio, que afetou um parque natural na cadeia montanhosa da Serra da Estrela reconhecido pela UNESCO, é o mais importante que Portugal sofreu este verão. 

Desde o início do ano, quase 79 mil hectares foram queimados no país, o pior saldo desde 2017, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.


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