Hospital anunciou greve e deixou de receber novos pacientes em 22 de fevereiro
O Hospital de Câncer Alfredo Abrão começou hoje cedo a entrar em contato com pacientes que já tinham passado pela triagem e acabaram não podendo avançar no atendimento porque a instituição iniciou greve para novos pacientes em 22 de fevereiro. São cerca de 280 pessoas nessa condição. Outras 200 já tinham sido encaminhadas, mas ainda faltava passar pela triagem.
Os novos pacientes começam a retornar já nos próximos dias e a previsão é de regularização em 20 dias. Enquanto a reportagem estava na unidade, esta manhã, constatou o chamado a uma mulher para comparecer dia 18 e passar por especialistas. Pessoas como ela já haviam concluído a triagem e seriam encaminhadas para o médico especialista da área para avançar no diagnóstico e tratamento.
Os demais casos vão depender do encaminhamento da Secretaria de Saúde da Capital, que administra o SisReg, o sistema de Regulação. Quando anunciou a greve, o hospital informou que as pessoas que já estavam com o tratamento em curso não seriam afetadas.
Foi o caso de Judi Pereira de Queiroga, que veio de Aparecida do Taboado, na divisa com São Paulo, para atendimento. Ela teve câncer de pâncreas, passou por cirurgia e durante o ano passado fez quimioterapia. Hoje cedo, ela estava agendada para consulta com nutricionista. Ela contou à reportagem que assim que soube da greve entrou em contato, preocupada. Queria saber se teria algum problema e “eles disseram que não”.
Além de regularizar o ritmo com os pacientes, o hospital precisa ainda colocar em dia cerca de 350 exames de ressonância magnética, cintilografria e anatomopatrologia. Há espera que chega a 60 dias. A instituição considera realizar mutirão, conforme o coordenador administrativo, Amilton Fernandes Alvarenga.
Quanto às consultas, estuda-se a possibilidade de ampliar o agendamento com médicos.
Ontem houve reunião de representantes do governo com diretores do hospital e houve anúncio de repasse de R$ 3,5 milhões pelo Estado e outros R$ 2,6 milhões pela prefeitura em verbas federais, de forma parcelada. A solução é temporária, deve equacionar por três meses, uma vez que o Hospital de Câncer informa que o déficit mensal é de R$ 777 mil. O coordenador considerou que é preciso haver repactuação de valores para equilibrar as receitas e despesas.
Alvarenga argumentou que a retomada permite aos profissionais ter as condições de cumprir a missão do atendimento. “Não depende de uma vontade individual, depende de um conjunto de forças”.
Fonte – CG News