Transição ofensiva, movimentação de Wendell e tomadas de decisão rápidas a partir da intermediária desamarram retranca e permitem atuação de galã do camisa 7 em Las Vegas
O que a seleção brasileira fez para embalar na Copa América? Potencializar as qualidades de seu principal jogador. E foi isso que fez da goleada por 4 a 1 diante do Paraguai um recital de Vini Jr como protagonista com escudeiros que permitiram espaços no apertado gramado do Allegiant Stadium.
Que o camisa 7 foi o dono do jogo, ninguém tem dúvida. Gols, dribles de efeito, comunicação com o torcedor e sua melhor partida com a camisa do Brasil. Mas é preciso falar também de peças fundamentais para isso, como Wendell, Bruno Guimarães e João Gomes.
Não é à toa que Vini tinha confidenciado para pessoas próximas que se sentiu à vontade com o lateral do Porto na Data Fifa de março. Com sustentação defensiva e, principalmente, movimentos de ataque por dentro, Wendell puxou a marcação, abriu espaços e permitiu que Vini em muitos momentos ficasse no mano a mano – algo impensável diante da Costa Rica, quando chegou a encarar até três marcadores.
A transição ofensiva mais rápida também foi determinante para que o ataque brasileiro encarasse a defesa paraguaia com espaços. Bruno Guimarães e Lucas Paquetá jogaram mais próximos, dialogaram bastante, e o volante do Newcastle deu dinâmica nas ações próximo da área – uma pecado o chute que explodiu no travessão não entrar.
Foi numa transição rápida em que Vini achou Paquetá que o camisa 8 recebeu de volta e chutou para o pênalti desperdiçado por ele mesmo. A recuperação rápida no campo de ataque e as tomadas de decisão sem tanta circulação tornaram o Brasil um time mais agressivo naturalmente.
Em lances com origens similares, Vini marcou o primeiro após tabela com Paquetá e Rodrygo chutou para Savinho marcar no rebote. Os gols aumentaram a pilha positiva da Seleção, até que Vini respondeu um empurra-empurra na tentativa de intimidação dos paraguaios com o terceiro gol apertando a marcação.
Defensivamente, o Brasil manteve a consistência na recuperação de bola e praticamente não deixava que o Paraguai tivesse posse a partir do campo ofensivo. A frente da área, no entanto, é um problema repetido, e o chute de média distância um perigo.
Alisson fez bela defesa em finalização da meia-lua no primeiro tempo, mas logo na volta do intervalo Alderete aproveitou esse espaço para diminuir com um chutaço. Nada que colocasse em risco o domínio brasileiro.
Com a necessidade do Paraguai se soltar, sobraram espaços que o Brasil seguisse aproveitando em transição rápida pelos dois lados do campo. Com confiança, Savinho e Vini não se privaram da individualidade. Foi assim que o jogador do Girona conseguiu outro pênalti, agora convertido por Paquetá.
O 4 a 1 no placar foi suficiente para que Dorival Júnior rodasse o time. Savinho e Bruno Guimarães, que fizeram partidas muito boas, deram lugar a Raphinha e Douglas Luiz. Fôlego novo para manter o ritmo das investidas em velocidade.
Andreas na vaga de Paquetá e Endrick na de Rodrygo também foram escolhas do treinador em um momento onde a torcida já estava mais preocupada em gritar “olé”. Baile de Vini com coreografia coletiva de uma Seleção que apresentou seu cartão de visitas na Copa América.
FICHA TÉCNICA
PARAGUAI 1 x 4 BRASIL
Local: Alllegiant Stadium, em Las Vegas (EUA)
Data: 28 de junho de 2024, sexta-feira
Hora: 22h (de Brasília)
Árbitro: Piero Maza (CHI)
Assistentes: Claudio Urrutia (URU) e Miguel Rocha (URU)
VAR: Juan Lara (CHI)
Cartões amarelos: Balbuena, Caballero (Paraguai) e Wendell, Paquetá, Vini Jr. (Brasil)