Contra selfies: Vista para Monte Fuji começa a ser bloqueada no Japão

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População reclama do lixo e dos acidentes causados por turistas da região, que fazem de tudo por uma foto

Autoridades da cidade de Fujikawaguchiko, no Japão, começaram a erguer uma barreira de 2,5 metros de altura para bloquear a vista do Monte Fuji e obstruir um ponto de foto que tem atraído tantos visitantes que se tornaram um incômodo para os moradores.

Até então, turistas tinham como ponto preferido o ponto exatamente ao lado de uma loja de conveniênia, que chegou a ficar famosa por causa de tantas fotos. Ao lado, fica uma bela vista do Monte Fuji, a cerca de 50 quilômetros de Tóquio. 

Moradores reclamam que as multidões levam à cidade muito lixo, acidentes e danos ambientais.

Quando estiver pronta, no fim deste mês, a barreira preta de 20 metros de largura vai tapar completamente a montanha.

A barreira é o mais recente sinal da luta do Japão para acomodar um aumento sem precedentes de visitantes ao país em meio a uma queda na moeda do país para uma mínima de 34 anos.

Com o iene fraco, o Japão se tornou barato para alguns viajantes. É uma boa notícia para a economia, mas o custo tem sido a irritação com os moradores locais e as preocupações com o turismo de massa nas principais cidades.

Enquanto há tempo, visitantes correram para a rua, andando e escalando em postes para obter uma visão melhor. Em um determinado momento, um trabalhador da loja de conveniência saiu da loja gritando com os turistas para expulsá-los.

“Eu já vi pessoas andando em ruas sem seguir as regras de trânsito, que acabaram se acidentando. Há muitos acidentes envolvendo turistas estrangeiros recentemente”, disse o morador Haruhito Tsuchiya.

O Monte Fuji, uma montanha vulcânica de 3.776 metros considerada sagrada pelos japoneses, tem sido um ponto turístico popular para visitantes nacionais e estrangeiros. 

Além do muro, a prefeitura anunciou uma série de restrições, incluindo taxas mais altas para fazer trilhas. Hotéis e resorts em todo o país também têm dificuldades para acompanhar a demanda depois que muitos trabalhadores deixaram o setor durante a pandemia da Covid-19.


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