Tarcísio e Damares não pretendem deixar o partido, o que deve esvaziar a ‘rebelião’ liderada por Zucco; Marcos Pereira já trabalha para suceder Arthur Lira em 2025
Damares Alves não pretende deixar o Republicanos. A senadora recebeu garantias de Marcos Pereira de que o partido não integrará o governo federal de forma oficial e “nem abrirá mão dos valores cristãos, em defesa da vida e da família”. Ela deve divulgar sua posição hoje ainda. Hamilton Mourão, por sua vez, espera o desdobramento do caso para tomar uma decisão, mas o recuo da colega deve esfriar o movimento de debandada, liderado pelo deputado Zucco, presidente da CPI do MST, que se sente traído com a articulação para esvaziar a investigação parlamentar.
Tarcísio de Freitas, que manifestou publicamente sua insatisfação com a eventual adesão do Republicanos ao governo, está numa encruzilhada. Ontem, ele conversou longamente com Zucco e chegou a dizer, durante retomada das obras do Rodoanel, que “não gostaria de ver o partido fazendo parte da base do governo”. Mas, em caso de desfiliação, seu único caminho seria o PL de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, destino que tentou evitar de toda forma ao decidir disputar o governo de São Paulo.
Pragmático, Marcos Pereira defende que o Republicanos siga o caminho já trilhado pelo União Brasil, que controla três ministérios, mas mantém independência nas votações e também atuou para virar o jogo na investigação contra o MST. Posição semelhante adota o PSD, que integra ao mesmo tempo as gestões de Tarcísio e Lula. A ala inconformada do Republicanos ficou magoada com a articulação que esvaziou a CPI do MST, mas o próprio PSD detém a relatoria da CPMI do 8 de janeiro.