Premiê de Israel disse que tem aval dos Estados Unidos para voltar à luta em caso de fracasso das próximas etapas do cessar-fogo
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em pronunciamento neste sábado (18) que o acordo de cessar-fogo entre o país e o grupo terrorista Hamas é temporário e que as forças israelenses podem retomar a guerra caso as próximas fases da trégua não surtam efeito.
Na declaração, Netanyahu afirmou que tem o aval dos Estados Unidos para voltar à luta caso seja necessário. Segundo ele, tanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, quanto o próximo presidente norte-americano, Donald Trump, apoiam o direito de Israel de reiniciar o conflito.
“Assim que foi eleito, o presidente Trump se mobilizou pela libertação dos reféns. Ele falou comigo na quarta-feira à noite, ele saudou o acordo e enfatizou corretamente que a primeira fase do acordo é um cessar-fogo temporário. Foi o que ele disse, um cessar-fogo temporário”, disse Netanyahu.
“Tanto o presidente Trump quanto o presidente Biden deram total apoio ao direito de Israel de retornar aos combates se Israel chegar à conclusão de que as negociações sobre a segunda fase não estão levando a lado nenhum”, acrescentou o premiê de Israel, destacando que “se tivermos que voltar a lutar, o faremos de novas maneiras e o faremos com grande força”.
Netanyahu enfatizou que “reservamo-nos o direito de voltar à guerra, se necessário, com o apoio dos Estados Unidos”. “Não é à toa que todos os funcionários eleitos na administração americana testemunharam em uníssono que o Hamas foi quem regressou à campanha liderada pelo Hamas, e não Israel.”
Segundo o primeiro-ministro israelense, “antes das próximas etapas do acordo, estamos retendo ativos significativos para devolver todos os nossos reféns e para atingir todos os objetivos da guerra”.
O acordo de cessar-fogo
Na sexta-feira (17), Israel aprovou o acordo de cessar-fogo com os terroristas do Hamas. A primeira fase da trégua está prevista para começar neste domingo (19).
Nessa etapa, o conflito no Oriente Médio vai ter uma pausa de seis semanas. Durante esse período, o Hamas vai libertar 33 cativos — ou devolver os corpos dos que estiverem mortos — em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
Entre os 33, estariam cinco soldadas israelenses, cada uma das quais seria libertada em troca de 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 terroristas condenados que cumprem penas de prisão perpétua. Ao final da primeira fase, todos os reféns civis vivos terão sido libertados e os corpos dos mortos, entregues.
Em contrapartida, o Ministério da Justiça de Israel divulgou a lista parcial com 95 prisioneiros que devem ser soltos na troca pelos reféns. A relação inclui a deputada palestina Khalida Jarrar, da Frente Popular para a Libertação da Palestina, presa em 2023, que estaria confinada em uma solitária.
Durante a primeira fase de 42 dias, as forças israelenses se retirariam dos centros populacionais de Gaza, e os palestinos seriam autorizados a retornar para suas casas no norte do enclave. Além disso, haveria um aumento na ajuda humanitária, com cerca de 600 caminhões entrando a cada dia no território palestino.
Os detalhes da segunda fase ainda devem ser negociados durante a primeira fase. Esses pormenores continuam difíceis de resolver — e o acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo continuará até que uma trégua definitiva seja alcançada, sinalizando que Israel poderia retomar sua campanha militar após o término da primeira fase.