O pior adversário para o Palmeiras na final do Paulista. Será guerra contra o Água Santa e sua folha salarial 22,5 vezes menor

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Na sua quarta disputa do Paulista, o Água Santa consegue o improvável, e merecido. Está na final do Campeonato Paulista de 2023.

Depois de despachar o São Paulo, eliminou o Bragantino. Abel espera guerra na final!

O pior adversário para o Palmeiras.

Mesmo com uma folha salarial 22 vezes e meia menor, o Água Santa era o time mais preocupante para a decisão do Campeonato Paulista do que o Red Bull Bragantino, com seus R$ 5,5 milhões mensais.

Por conta da consistência do time, da intensidade.

A vitória na decisão por pênaltis por 4 a 2, depois de 1 a 1 nos 90 minutos de jogo, na Vila Belmiro, só confirmou a força do time do ABC.

Abel Ferreira sabe que o time de Thiago Scarpini merece mais do que os R$ 800 mil mensais, que recebe.

E tem qualidade, força física, intensidade para fazer uma decisão digna e perigosa contra o favorito Palmeiras, que paga R$ 18 milhões para seus jogadores.

O responsável por dar esperança de uma zebra histórica na final do Campeonato Paulista se chama Thiago Carpini. 

Aos 37 anos, ele é o treinador mais novo do torneio estadual.

Depois de passagem pelo Guarani e Santo André, ele assumiu o Água Santa sabendo que o projeto era montar uma equipe competitiva, forte o suficiente para sobreviver, não ser rebaixado para a Segunda Divisão.

O dinheiro era limitado.

E a escolha foi por jogadores vividos, competitivos, de grande resistência física, força.

O planejamento acabou por mirar na formação de um time capaz de trocar a técnica limitada pelo poder físico. Para travar os adversários nas intermediárias e organizar contragolpes em velocidade, pelas laterais. 

A coletividade se impondo diante do valor individual. 

Foi assim que Carpini conseguiu travar o São Paulo, no Allianz Parque, lotado de torcedores tricolores. E conseguiu despachar o tricampeão mundial da semifinal nos pênaltis.

E também contra o bipolar time do Red Bull Bragantino. O português Pedro Caixinha ainda não conseguiu dar um padrão tático ao time de Bragança, sucursal da equipe austríaca para capturar talentos sul-americanos. 

Na vitória do Palmeiras por 1 a 0, contra o Água Santa, na fase de grupos. O time de Diadema fez com que Abel Ferreira perdesse a paciência, diante do confronto físico, e algumas vezes, violento proposto pelo time de Carpini. 

Mesmo com o atual campeão paulista desfalcado, a disposição tática, a guerra imposta pelo clube de Diadema, que foi fundado como equipe de várzea, em 1981 e se profissionalizou apenas em 2011, assustou o treinador palmeirense.

Não pela rispidez das divididas, mas pelo forte esquema de preenchimento de espaço.

O time de Carpini atua contra equipes com jogadores mais talentosos no esquema 5-3-2. Não dando espaço nas intermediárias, cobrindo as laterais, forçando que os adversários se desgastem buscando o gol. E abrindo espaço a fórceps nos contragolpes.

Abel preferiria o Red Bull Bragantino. Na vitória na fase de classificação, o time de Abel teve mais facilidade para jogar, para articular seus ataques. Principalmente pelas laterais. Teve o espaço que o Água Santa não dá.

O português também não queria o clima de tensão que sempre acompanha as partidas do time de Diadema. As provocações, discussões, tentativas de intimidação são frequentes.

Carpini, que fará cursos de aperfeiçoamento na Europa, depois da final do Paulista, já que o Água Santa cuidará de sua infraestrutura até 2024, abrindo mão da disputa da Copa Paulista, tratou de jogar a responsabilidade do título para o Palmeiras.

Estratégia muito sábia do técnico do time de Diadema.

“É um feito histórico, se tratando de Água Santa talvez não aconteça nos próximos 10 anos. Para Palmeiras, Corinthians, Bragantino, que têm grande investimento, talvez seja corriqueiro. É um feito histórico. Temos que ter os pés no chão e sabermos o nosso tamanho.

“Nós reconhecemos as nossas limitações, fraquezas e dificuldades. Esse é o primeiro ponto para sabermos nos desdobrar um pouco mais. O nosso campo de treino, o nosso hotel, o nosso staff talvez não sejam os melhores, mas fazemos com muito amor.

“O que temos de melhor são as pessoas, me sinto abraçado aqui. Quando a gente passa por dificuldade, a gente se une. Isso nos ajuda a nos unirmos.”

O discurso foi emocional e em nenhum momento ele especificou o duelo tático que venceu com Pedro Caixinha.

Vai buscar fazer o mesmo contra Abel Ferreira.

E escolheu a mesma Vila Belmiro na primeira partida das finais do Paulista.

O que ele não quer e não vai acontecer é serem os dois jogos na capital de São Paulo.

Isso não ocorrerá.

A primeira partida será em Santos e a final no Palestra Itália.

“Sabemos do nosso tamanho”, repetia Carpini, tentando esconder sua enorme ambição.

Ser um dos treinadores mais jovens da história a ser campeão paulista…


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