Caso seja aprovado para uso, o tecovirimat será destinado a tratar pacientes com risco de desenvolver quadros graves da doença
O Ministério da Saúde enviou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na terça-feira (23), um pedido de análise do medicamento tecovirimat, do laboratório SIGA Technologies, para tratar pacientes com risco de desenvolver quadros graves de varíola do macaco.
Em nota, a agência ressaltou que deve considerar a aprovação do fármaco por autoridades reguladoras estrangeiras equivalentes à brasileira, conforme determina a decisão do dia 19 de agosto na qual a Anvisa aprovou a importação excepcional de vacinas e medicamentos para controlar o surto de monkeypox no Brasil.
“Nessa análise a Anvisa confirmará se as características essenciais do medicamento são as mesmas aprovadas pela AREE, tais como: fabricante, concentração, forma farmacêutica, indicações terapêuticas, contraindicações, posologia, população-alvo, via de administração e modo de uso, entre outras informações”, diz o comunicado enviado à imprensa.
A avaliação será feita pela Comissão Técnica da Emergência Monkeypox, criada pela Anvisa, e a decisão será deliberada pela diretoria colegiada da agência em um prazo de até sete dias úteis.
O princípio ativo do tecovirimat (o nome comercial é Tpoxx) foi aprovado pela FDA (Administração de Medicamentos e Alimentos) dos Estados Unidos em 2018 para tratamento de varíola humana, doença que, embora erradicada em todo o mundo, permanece como ameaça de ser usada como arma biológica.
Trata-se de um antiviral desenvolvido estrategicamente, mas que nunca teve a eficácia testada em humanos, já que o vírus da varíola não circula mais há décadas.
A Anvisa também recebeu na terça-feira um pedido do Ministério da Saúde para analisar uma vacina capaz de combater o vírus monkeypox. A pasta quer a liberação sem a necessidade de registrar o imunizante.