Com direito a ‘Olé’ da torcida, seleção brasileira perdeu de 2 a 1
Na noite do último sábado (25), o Brasil perdeu de 2 a 1 para a seleção de Marrocos, que na recente Copa do Qatar ficou na quarta posição. Sem entrosamento, o time dirigido pelo técnico interino Ramon Menezes deixou a desejar no primeiro amistoso do ano.
A primeira parte da partida realizada no estádio Ibn Batouta, em Tânger, até teve gol do Vinicius Jr, porém foi anulado porque o jogador estava em posição irregular. Logo depois, aos 28 minutos, Boufal recebeu um cruzamento de El Khannouss e chutou sem chances para o goleiro Weverton.
Na volta do intervalo, Casemiro chegou chutando na entrada da área após um passe de Paquetá e contou com uma falha do goleiro Yassine Bounou para empatar para o Brasil. Porém, nos raros minutos em que a seleção estava crescendo em campo, Marrocos conseguiu novamente se colocar a frente do placar com um contra-ataque finalizado por Sabiri.
Sabemos que é apenas o início de um novo ciclo na seleção brasileira e que amistosos servem tanto para testar quanto dar oportunidades a novos jogadores. Todavia, não acredito que é aceitável uma apresentação com tão pouca criatividade.
Um Brasil prevísivel
A seleção brasileira apresentou desde o início um meio-campo sem criatividade. Apesar de Vinicius Jr dar boas arrancadas e Rodrygo quase marcar com um chutaço defendido por Bounou, o ataque ficou desorganizado e previsível. Muito disso se deve a escalação montada pelo interino Ramon Menezes e também a demora por substituições.
Utilizado tardemente aos 19 minutos do segundo tempo, Raphael Veiga poderia ter sido escalado já como titular para auxiliar a construção de jogadas do Brasil pelo meio de campo. Além disso, alguns outros detalhes na escalação não fizeram sentido.
Rony, que é destaque no Palmeiras como centroavante, foi colocado para jogar mais aberto como ponta. Sabemos que a maioria das jogadas criadas pelo Brasil são do lado oposto com Vinicius Jr e que com isso o Rony conseguia aparecer as vezes pelo meio da área, mas ainda sim ele poderia ter sido aproveitado melhor na sua posição original.
A posição escolhida para Rodrygo também não foi das melhores. Enfiado na zaga adversária, o jogador que vestia a camisa 10 da seleção acabou tendo pouco espaço. Vale lembrar que no Real Madrid o atleta brasileiro consegue ter mais liberdade de criação entrando pelas laterais.
É óbvio que não dá para atribuir a derrota do Brasil apenas a isso. Ao longo de toda a partida, a seleção dirigida por Walid Regragui conseguiu dar um nó tático no Brasil. Não é a toa que a torcida presente no estádio conseguiu até puxar o famoso ‘olé’.
A defesa do Brasil até que tentou se segurar, mas ficou difícil com os contantes erros de passes da seleção. Além disso, os marroquinos jogaram de forma muito compacta e impuseram uma intensidade ao longo de todo o jogo, com muita agressividade e velocidade tanto para atacar quanto para marcar.
Por fim, a derrota era sim uma realidade para o Brasil porque a seleção ainda busca de entrosamento e quis dar oportunidades para jogadores diferentes, mas o desempenho da noite de sábado (25) só mostrou o quanto o caminho será longo para a renovação da seleção brasileira. Também ficou claro mais uma vez que não foi a toa que Marrocos conseguiu chegar numa semifinal de Copa do Mundo, sendo a primeira seleção africana a conseguir este feito.
