O time de Vítor Pereira, embalado com a eliminação do Boca, em plena Bombonera, entrou empolgadíssimo contra o Flamengo. E se impôs em Itaquera. Vitória antecipa o que serão as quartas da Libertadores, com os dois rivais
São Paulo, Brasil
A classificação na Libertadores, eliminando o Boca Juniors, em plena Bombonera, incendiou não só a torcida, como o Corinthians. E foi com toda a vibração e confiança que o time de Vítor Pereira encarou o poderoso Flamengo, sem medo, brigando não só pela liderança do Brasileiro.
Mas já antecipando os confrontos das quartas de final da Libertadores entre os dois clubes mais populares deste país.
E o Corinthians, sem Fagner, Renato Augusto, Willian nem Maycon, se impôs na arena de Itaquera superlotada.
Comprando a briga, pressionando, com velocidade, intensidade e vibração, empurrado pela torcida, o time venceu por 1 a 0, gol contra de Rodinei, aos seis minutos do segundo tempo.
Gustavo Mosquito, que entrou muito muito bem no jogo, cruzou, Fabricio Bruno cabeceou forte tentando jogar a bola longe da área. Mas, caprichosa, ela foi bater em Rodinei, que não teve reflexo para evitar o toque que foi parar no fundo do gol.
Dorival Júnior, por seu lado, tinha os principais atletas, mas sabia da responsabilidade de virar a partida decisiva das oitavas da Copa do Brasil, quarta-feira, no Maracanã, contra o Atlético Mineiro. E poupou Pedro, Filipe Luís e Everton Ribeiro.
Mas embora o Corinthians tenha imposto um ritmo impressionante, encurralando o Flamengo durante boa parte do jogo, Cássio foi muito importante. Fez uma excepcional defesa em um lindo arremate de Vitinho, que cortou Rafael Ramos e bateu muito forte.
O goleiro, que completou 600 partidas com a camisa corintiana, espalmou, e a bola foi beijar a trave.
No final da partida, aos 45 minutos, Róger Guedes teve a chance de marcar o segundo gol, invadindo a área, driblando o goleiro Santos. Mas acabou chutando para fora, quando tinha Giovane livre. Em seguida, aos 46 minutos, Pedro teve a chance de empate, cara a cara com Cássio. Ele virou para fora.
O duelo foi emocionante até o final.
Vitória justa do Corinthians. Aliás, poderia ter vencido até por uma diferença maior.
O plano tático de Vítor Pereira foi ousado. Mesmo com seu time repleto de desfalques fundamentais, o treinador português decidiu aproveitar a enorme dose de confiança que dominou o Corinthians, com a eliminação do Boca Juniors na Libertadores.
Vítor sabia da maior técnica do time carioca. E quanto seria fundamental dominar o ritmo da partida, não permitir que o Flamengo trocasse passes, tivesse, por exemplo, a liberdade que teve na goleada contra o Tolima, por 7 a 1, na quarta-feira passada.
E o Corinthians tratou de dominar as intermediárias, distribuído no 4-5-1. Dorival Júnior sabia muito bem como o rival costuma se comportar em Itaquera, com seus mais de 40 mil torcedores empurrando o time, pressionando o rival.
O treinador flamenguista acreditou que pudesse evitar esse cenário psicológico contrário com três volantes e o versátil Matheus França, mais preocupado em ajudar a travar a saída de bola corintiana do que atacar. O que isolou Gabigol e Vitinho, contra a defesa paulista.
O time de Vítor Pereira estava muito mais bem postado.
O que faltava, no entanto, era poder de finalização. O Corinthians se ressentia muito da falta de objetividade de Willian e de um atacante definidor. Róger Guedes, improvisado mais adiantado, segue ainda prendendo demais a bola.
Tanto que no primeiro tempo, para provar que a posse de bola não é o mais importante no futebol, mesmo com apenas uma chance real, a de Vitinho, que Cássio espalmou na trave, conseguiu arrematar sete vezes e o Corinthians apenas uma. Errava no passe final, decisivo.
Vítor Pereira se deixou levar pela emoção do jogo. E por xingar o árbitro Ramon Abatti Abel. Cobrava um pênalti inexistente de Ayrton Lucas em Adson.
Mas a partida foi para o intervalo com a torcida em Itaquera empolgada. O time demonstrava estar melhor, com mais intensidade que o Flamengo.
O Corinthians voltou pressionando, buscando o gol. E foi premiado pela gana de vencer. Aos seis minutos, conseguiu o gol contra de Rodinei.
Perdendo por 1 a 0, Dorival Júnior tratou de adiantar a marcação. E colocar em campo Everton Ribeiro e Pedro. O treinador queria ao menos o empate. Se perdesse, o Flamengo ficaria muito distante dos líderes, caindo para a oitava posição.
Mas o Corinthians seguiu firme, não dando espaço para o time carioca, que tocava a bola, mas faltava convicção na hora de decidir. Gabigol estava sem inspiração, irritado pela firme marcação.
Com o meio de campo adiantado, o Flamengo oferecia espaço para contragolpes. E o Corinthians, se não fosse pelo egoísmo de Róger Guedes, poderia ter ampliado o placar. Ele estragou alguns contra-ataques importantes.
No final, o Flamengo se desesperou, perdeu consciência.
E só facilitou ao Corinthians mais uma vitória marcante, com seu elenco pequeno.
Ganhou ainda mais confiança para definir a passagem para as quartas da Copa do Brasil, contra o Santos na Vila Belmiro. No primeiro confronto, venceu por 4 a 0, em Itaquera.
Já o Flamengo outra vez terá de reunir forças.
Para tentar virar a desvantagem contra o Atlético Mineiro, derrota por 2 a 1, no Mineirão.
E transformar o Maracanã em um “inferno”, como prometeu Gabigol.
Hoje, o gramado que incendiou foi o de Itaquera…