Quinze combatentes do grupo armado Jihad Islâmica morreram nos ataques; Terroristas palestinos dispararam mais de 100 foguetes
Israel prosseguiu com os ataques neste sábado (6) na Faixa de Gaza, após o grupo terrorista Jihad Islâmica atacar Israel com disparos de foguetes, na escalada mais grave de violência desde a guerra de maio do ano passado.
Às 11h30 no horário local (5h30 de Brasília), Gaza parecia uma cidade-fantasma, com ruas vazias e lojas fechadas.
Ao mesmo tempo, os alertas para disparos de foguetes eram ouvidos em localidades de Israel próximas do território palestino, que está sob bloqueio do Estado hebreu. Até o momento, os ataques a partir de Gaza não provocaram vítimas ou danos, segundo o exército israelense.
Os militares afirmaram neste sábado que a operação na Faixa de Gaza deve durar uma semana.
Um porta-voz militar afirmou que “atualmente não há negociações para um cessar-fogo”, depois das informações de que o Egito tenta atuar como mediador para acalmar a situação no território palestino.
Israel fechou as passagens para mercadorias e pessoas com o território palestino na última terça-feira por temer represálias após a detenção de um líder terrorista da Jihad Islâmica. Os bloqueios reduziram as entregas de diesel necessárias para abastecer a central.
O exército de Israel bombardeia o território desde sexta-feira e alega que os ataques são direcionados contra locais de fabricação de armas da Jihad Islâmica, um grupo terrorista alinhado ao movimento Hamas — que governa a região —, mas que geralmente atua de forma independente.
Os ataques mataram um dos líderes da organização, Tayseer al Jabari ‘Abu Mahmud’. Em represália, o braço armado da Jihad Islâmica, grupo terrorista, lançou mais de 100 foguetes contra Israel e afirmou que era uma “resposta inicial”.
O exército israelense informou que 15 combatentes do grupo armado morreram nos ataques.
As autoridades de Gaza anunciaram um balanço de 12 mortos, e 80 feridos.
De acordo com Mohamed Abu Salameh, diretor do principal hospital de Gaza, os médicos enfrentam uma “grave escassez de material”.
Ameaças a Israel
Durante a noite, as forças israelenses prenderam 19 membros da Jihad Islâmica na Cisjordânia, um território ocupado por Israel desde 1967.
A ofensiva israelense acontece após a detenção na segunda-feira de um líder do grupo terrorista armado palestino, Basem Saadi.
As autoridades israelenses temiam ataques de represália a partir de Gaza, um território governado pelo grupo terrorista islâmico Hamas e com forte presença da Jihad Islâmica, que está na lista de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia.
Este é o confronto mais grave entre Israel e as organizações terroristas armadas em Gaza desde a guerra de 11 dias de maio de 2021, que deixou 260 mortos no lado palestino, incluindo combatentes, e 14 mortos em Israel, incluindo um soldado.
Antes do anúncio de uma operação de uma semana por parte de Israel, o Egito, mediador histórico entre o Estado hebreu e os grupos terroristas armados em Gaza, informou que poderia receber uma delegação da Jihad Islâmica.
Mas o grupo terrorista armado palestino também descartou a possibilidade de cessar-fogo. A organização acusa Israel de ter “iniciado uma guerra”.
“O inimigo sionista iniciou esta agressão e deve preparar-se para um combate sem trégua”, afirmou em Teerã o secretário-geral da Jihad Islâmica, Ziyad al-Nakhalah.
“Israel iniciou uma operação antiterrorista precisa, contra uma ameaça imediata”, afirmou o primeiro-ministro do país, Yair Lapid.
Ele acusa o grupo armado de ser “um representante do Irã que busca destruir o Estado de Israel e matar israelenses inocentes”.
Em um comunicado, a Liga Árabe criticou a “feroz agressão israelense”. A Jordânia destacou a “importância de acabar com a agressão”.
Em 2019, a morte de um comandante da Jihad Islâmica em uma operação israelense provocou vários dias de tiroteios fatais entre o grupo terrorista armado e Israel.
O Hamas, que enfrentou Israel em quatro guerras desde que tomou o poder no território em 2007, permanece à margem dos confrontos.
Mas a decisão que tomar agora será crucial, pois o grupo enfrenta pressões para melhorar as condições econômicas do território.
Israel impõe desde 2007 um bloqueio severo da Faixa de Gaza, território de 362 quilômetros quadrados em que moram 2,3 milhões de pessoas, com níveis elevados de desemprego e pobreza.