Primeiro-ministro israelense deu recado aos Estados Unidos sobre o que acontecerá no território quando a guerra acabar
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país assumirá o “controle de segurança” da Faixa de Gaza quando a guerra terminar e o grupo terrorista Hamas for eliminado e rejeitou a entrega desse papel à ANP (Autoridade Nacional Palestina), como sugeriram os Estados Unidos, seu principal aliado.
“Entre amigos, devemos dizer a verdade e não criar ilusões, especialmente em uma questão existencial como essa. Repito aos nossos amigos: após a eliminação do Hamas, a Faixa de Gaza será desmilitarizada, estará sob o controle de segurança de Israel e não haverá nenhum fator que nos ameace nem que eduque seus filhos para nos destruir”, declarou, neste sábado (16), Netanyahu em uma mensagem aos EUA sobre o possível papel da ANP no futuro do enclave.
A gestão do presidente Joe Biden, dos EUA, insistiu com o governo de Netanyahu para que pensasse em quem governará a Faixa de Gaza quando a guerra terminar e rejeitou a retomada da política de assentamentos de colonos do enclave por Israel, que foi desmantelada em 2005.
O assessor de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, visitou Israel e a Cisjordânia na semana passada e comentou que a ANP deve ser fortalecida para assumir a tarefa de governar a Faixa de Gaza, onde o Hamas tomou o poder em 2007 e expulsou a entidade, controlada pelo partido secular Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
“Não permitirei que substituamos ‘Hamastão’ por ‘Fatahstão’, que substituamos Khan Younis por Jenin — um foco de violência na Cisjordânia e um reduto de milícias armadas. Não permitirei que o Estado de Israel repita o erro fatal de Oslo, que trouxe para o coração de nosso país e de Gaza os elementos mais extremistas do mundo árabe, que estão comprometidos com a aniquilação do Estado de Israel e que educam seus filhos para esse fim”, disse Netanyahu.
O premiê insistiu que não se trata de um debate sobre se o Hamas ou o Fatah devem governar, já que “ambos buscam a eliminação do Estado de Israel”, e criticou a ANP por não condenar o massacre efetuado pelo grupo islâmico em solo israelense no dia 7 de outubro.
“Então eles governarão Gaza no ‘dia seguinte’? Será que não aprendemos nada? Como primeiro-ministro de Israel, não permitirei que isso aconteça”, argumentou.
O primeiro-ministro se dirigiu aos cidadãos de Israel para avisá-los sobre a guerra, dizendo que “a vitória levará tempo, mas continuará até o fim”.
“Apesar da enorme dor, apesar da dor de partir o coração, apesar das pressões internacionais, continuaremos até o fim. Nada nos deterá até alcançarmos a vitória”, afirmou.
Netanyahu também descreveu como “terrível tragédia” o incidente ocorrido na última sexta-feira quando o Exército israelense matou por engano três reféns que confundiu com membros do Hamas em combates em Shujaiya, na mesma semana em que encontrou o corpo de outros cinco cativos dentro de Gaza.