Preços dos combustíveis e das contas de luz caem e puxam a maior deflação da história

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Variação de -0,68% do IPCA em julho é a primeira negativa desde maio de 2020, mas mantém o índice acima do dobro do teto da meta no acumulado dos últimos 12 meses

As reduções dos preços dos combustíveis (-14,15%) e das tarifas de energia elétrica (-5,78%) aliviaram o bolso dos brasileiros e contribuíram para a primeira deflação brasileira desde maio de 2020. Em julho, a inflação oficial caiu 0,68%, o menor resultado da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 1980, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Mesmo com a variação negativa, o IPCA (índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registra alta de 10,07% no acumulado dos últimos 12 meses, resultado ainda acima do dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). No ano, o índice tem alta de 4,77%.

A deflação do mês é justificada pela redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica nos estados e pelo corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022. Na avaliação das instituições financeiras, o alívio deve ser sentido pelas famílias até o fim deste ano.

Para Pedro Kislanov, gerente responsável pela pesquisa, as movimentações tiveram efeito sobre os grupos de transportes (-4,51%) e de habitação (-1,05%). “Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, afirma ele.

No mês, os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA. Além disso, foi registrada queda no preço do gás veicular (-5,67%).


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